A violência contra médicos em Sergipe tem se tornado uma preocupação crescente, com 310 boletins de ocorrência registrados entre 2013 e 2024, segundo dados divulgados pelo Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed).
Os registros, que incluem ameaças, injúrias, desacatos, lesões corporais e difamações, refletem uma realidade de insegurança enfrentada diariamente por esses profissionais em hospitais, clínicas e outras unidades de saúde.
Já a nível nacional, a situação é igualmente grave: o Conselho Federal de Medicina (CFM) contabilizou mais de 38 mil casos de violência contra médicos no mesmo período, uma média de um incidente a cada três horas. Em 2023, o cenário atingiu um recorde com 3.981 ocorrências, o equivalente a 11 agressões diárias, agravando a preocupação entre as autoridades e entidades de classe.
De acordo com o presidente do Sindimed/SE, Helton Monteiro, as agressões não apenas comprometem a segurança física dos médicos, mas também afetam sua saúde mental. “A violência contra médicos é inadmissível. Esses profissionais, que já enfrentam condições de trabalho precárias, ainda têm que lidar com ameaças e agressões”, afirmou. O sindicato destaca que quase 40% dos médicos correm risco de desenvolver transtornos mentais como ansiedade, depressão e burnout, devido à pressão constante e à insegurança no trabalho.
O levantamento do CFM também apontou que 66% das ocorrências de violência ocorrem no interior dos estados, onde o contato direto com pacientes e familiares é frequente. O presidente do Sindimed defende políticas urgentes para melhorar a segurança nos ambientes de saúde, incluindo o cumprimento de protocolos de apoio aos profissionais agredidos.
Diante desse cenário, o Sindimed está intensificando o apoio aos médicos de Sergipe, incentivando o registro de queixas e promovendo a conscientização sobre a importância de condições de trabalho seguras e dignas para a categoria.
por João Paulo Schneider
Com informações do Sindimed